terça-feira, 5 de abril de 2011

Ah, essa educação brasileira...

É triste admitir, mas é bem verdade que, enquanto o Japão em poucos dias já está se recuperando, pronto para retomar sua condição de "primeiro mundo", o Brasil, que tudo tem e mais um pouco, continua derrapando na esquina, parecendo com preguiça de se desenvolver.

Aliás, isso provavelmente nunca acontecerá... Pelo menos não enquanto não mudarmos esse jeito brasileiro de ser em 99% dos aspectos. Triste constatar, mas é a mais pura verdade. Temos lá alguma coisa boa, isso é. Mas o mais importante, o fundamental para se viver bem em sociedade, isso não temos não!

E sabe o que falta? O principal: EDUCAÇÃO! Mas não só aquela educação formal, de que vivemos reclamando, não... Trata-se de algo muito mais básico e que, infelizmente, falta em 99% dos lares brasileiros, não importa a raça, a classe social, etc: educação básica, de sociedade.

Alguns exemplos típicos:

* Ônibus para no ponto? Ah, deveria! Afinal, é para isso que pagamos nossas passagens! Para termos um serviço com um mínimo de decência! Mas qual é o motorista de ônibus que tem consciência disso? Talvez dê para contar nos dedos e olhe lá! Boa parte vai parar ou não dependendo de seu horário, da sua boa vontade, mas quase sempre que tiverem uma única oportunidade, lá estarão, passsando "por fora", lá no meio da rua, para você nem ousar em dar sinal para ele! E, se ainda assim, "tiverem" que parar, vão te xingar um monte! Fica atrapalhando, pô!

* E andar na rua quando está chovendo? Já precisou? Olha que beleza: aquelas poças lindas, muitas vezes calçadas muito estreitas... E você acha que por isso algum motorista de carro, táxi, ônibus ou o que for vai tomar cuidado? Claro que não... Se você tomar um banho de lama, azar o seu! Eu já tomei um da cabeça aos pés (literalmente!) parada num ponto de ônibus!!! E você?!

* Particularmente no metrô do Rio há vagões teoricamente destinados às mulheres nos horários de pico - inclusive, no chão, há faixas cor-de-rosa indicando isso, nas estações... Mas quantas vezes já não vi muitos (mas muitos, mesmo!) homens (ou será que nem tanto e eu não percebi?) no meio dos tais vagões! Aliás, só para ilustrar, deixo uma foto que tirei outro dia, para mostrar o comum dessa situação desrespeitosa e que ninguém liga! Lei pra quê, né? Depois não adianta reclamar que "fulano não foi punido" por alguma contravenção, etc, etc... Como dizem por aí, "quem tem telhado de vidro que não atire pedra no do vizinho"!

* Ah, e furar fila, então?! Básico!!!! Você tem horário apertado de almoço e tá com pressa? Bom, reze para não aparecerem de repente 10 pessoas na sua frente, pois uminha estava "guardando lugar"! Mas reze muito! E ai de você se ousar dizer algo... Isso é "normal"!! Ou você não sabia?! Agora... Vai fazer isso lá fora, no "primeiro mundo", pra você ver!

* Lixo na rua, então... Exemplar! Passei a maior vergonha uma vez, quando uma amiga do meu irmão, madrilenha, foi passar um mês lá em casa, no Rio. Chega ela no terceiro dia com uma cara assustada e me diz simplesmente: "eu achava que os madrilenhos eram porcos, porque, de vez em quando, alguém olhava sorrateiramente para os lados e jogava um papelzinho na rua... Mas aqui eu vi uma latinha voando da janela do ônibus!"... Falar o quê, né? Isso é um resumo do dia-a-dia brasileiro... Uma pena! Uma vergonha! Para ilustrar, veja a foto que tirei no ônibus do Metrô-Rio! Um pote de comida largado no chão, "sem problemas"!

E por aí vai looooooooonge! Uma outra hora eu continuo com a lista de exemplos, só para contrariar! Muitos risos!

Enfim... Você pode me perguntar o que houve com minha esperança no Brasil... E eu digo: ela vai ficar adormecida enquanto não houver motivos para ela reviver!

Você gasta sua energia com isso, quando tudo à sua volta indica que não há meios de o nosso país se desenvolver? Eu, não! Vou gastar com outra coisa... Inclusive com a tentativa de mudar um tiquinho de nada que seja essa vergonha toda, até mesmo falando com as pessoas, para ver se "se tocam"! Se isso não acontecer, pelo menos fico com minha consciência tranquila... Se acontecer, aí quem sabe minha esperança volta?!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Esportes na TV

Você já observou que os profissionais que apresentam os eventos esportivos estão cada vez menos qualificados? Ou, no mínimo, desinformados e desatentos, por assim dizer...

Para o público em geral isso é péssimo, em especial para os que gostariam de começar a entender sobre determinado esporte, mas são bombardeados por informações contraditórias - muitas vezes equivocadas - dando um completo nó na cabeça!! É simplesmente impossível entender, realmente...

Quer um exemplo prático? Outro dia, estava assistindo a uma partida de vôlei no SporTV e observei que nem mesmo as estatísticas que o comentarista passava eram verdadeiras... Falava que não havia sido feito nenhum ponto de bloqueio no set, quando dois pontos atrás isso tinha ocorrido e o próprio comentou sobre o ponto! Aí não tem como segurar... Se alguém está tentando entender o jogo, como vai saber se foi ou não, afinal, ponto de bloqueio - se uma hora o comentarista diz que é e outra hora que não? Complicado! Futebol, então, é pior ainda! Cada baboseira!

Nem mesmo o nome dos jogadores é tranquilo! Como erram os nomes!!! Demais!!! E olha que sou uma pessoa tão distraída para perceber esse tipo de coisa, que muitas vezes meus amigos me chamam na rua e eu nem olho, nem escuto!! Imagina se fosse mais atenciosa... Acho que desistiria de ouvir quaisquer comentários, tão inúteis, se não são para informar devidamente aos telespectadores e, até mais, para fazer entender a quem não sabe do esporte!

Sabe o que parece? Que colocam qualquer um para falar por aí, com a desculpa eterna de que "errar é humano", é normal, etc, etc... Na TV é mais complicado ainda! Enfim! Mas vamos combinar... Repetir indefinidamente o erro é idiotice, mesmo! É não respeitar quem está pagando pelo seu trabalho!

Só para finalizar... O exemplo que dei se repete tantas vezes durante cada partida, que não dá mais para chamar de equívoco a esta altura... É desconsideração mesmo com quem está assistindo! Falta total preparo dos profissionais do ramo! Fora o absurdo da falta de imparcialidade desses "jornalistas" esportivos... vide como um pequeno exemplo o texto postado na página http://www.verdazzo.com.br/materias/a-falacia-do-fim-de-semana.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Que país é este?

Capital do Caos


Quantas vezes você já se perguntou: que país é este? Olha em volta e bate uma total desesperança e descrença em um futuro melhor, tão prometido e cada vez mais distante.

Pois bem... Se você conhecer a capital federal (com minúscula, mesmo!), talvez comece a vislumbrar algumas cositas más. A menos que seja corrupto, ladrão, ricaço, insano ou não tenha outra opção, garanto que jamais sentirá a mínima vontade de morar na cidade-reflexo do Brasil: desigual ao extremo, caótica, desrespeitadora de seus direitos básicos, preconceituosa e que ainda ri da sua cara quando você se revolta com mais um absurdo à sua volta.

Eis alguns exemplos:

§ Transporte coletivo I: quer informações sobre as linhas de ônibus e horários, especialmente se é novo na cidade? Hahaha! Vai esperando sentadinho, porque, diferente de tantas outras, isso você não encontra nem em site nem por telefone... Para quê? Você é literalmente obrigado a saber os números das linhas para obter alguma informação sobre horário (apenas para constar, é claro!)!

§ Transporte coletivo II: depende dele ou preferiria utilizá-lo ao invés do famoso transporte individual? Que azar o seu! Vivem em greve ou paralisação, os horários são super-restritos e ainda passam por fora dos pontos! É uma piada! Aqui só os motorizados têm vez – em meio ao caos cada vez maior, é claro!

§ Transporte coletivo III: ah, ta! Você queria mesmo era usar o metrô (no pouco que ele pode atender)! Bom, então se prepare para tumultos, apertamentos, problemas constantes nos veículos e, claro, por que não, um grevezinha de vez em quando!

§ Plano de saúde: isso é praticamente uma piada para uma cidade como Brasília! Aqui ou você é rico para pagar os R$ 300, R$ 400 e por aí vai, de cada consulta de um médico bom, ou você ta lascado! Unimed Nacional? Aquele, que você pode usar do Oiapoque ao Chuí? Não aqui! Aqui só tem Unimed Brasília! Qual a diferença? Se você descobrir, por favor, me explique! Só sei que não posso nem usar meu planinho básico de saúde nesta cidadela! É tudo no dindim! Se o salário permitir, óbvio!

§ Serviço público: tem tanto cargo público aqui! Pena que na maioria você tem que acabar entrando um pouco no jogo sujo ou, no mínimo, calar-se e fingir que não é com você, para garantir seu empreguinho... E aí? O que será melhor? Estabilidade com peso na consciência ou vagar por aí no trabalho, mas pelo menos ter sua dignidade intacta?

Melhor parar por aqui, hoje, se não você talvez nem queira pelo menos visitar a capital, né? Afinal, tem tanta coisa para ver aqui! O cenário dos políticos, onde assinam o que querem, rindo à beça por você tê-los escolhido para essa maravilhosa profissão! Ah, já sei! A estátua dos candangos... A Feira do Paraguai... O Parque da Cidade! É isso! Esse, você não pode perder!

Ah, não tem jeito... Aquela velha pergunta vai ficar eternamente ressoando na cabeça: que país é este?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Olimpíadas ou Olim-PIADAS?


Desde que o Rio foi escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, eu bato o pé: como essa insanidade pode ter sido aprovada?

Muitos criticam esse ponto-de-vista: acham um pouco rígido ou desesperançoso demais. Acreditam que deveria considerar os possíveis benefícios para o País e para a própria cidade e seus habitantes, ainda que ao custo de muita robalheira e politicagem nas alturas. Meu pai mesmo diz que, apesar desses custos, pelo menos a população tem a chance de ter alguma melhoria e infraestruturas para seu futuro usufruto.

Mas convenhamos: no final, são de fato observadas melhorias? As pessoas realmente têm alguma coisa de que usufruir? Desconfio muito disso - em grande parte, pela própria experiência e vivência dos Jogos Panamericanos no Rio em 2007.

Veja bem: um exemplo clássico e amplamente conhecido de que não há continuidade para o real usufruto dessas estruturas é o Parque Aquático Maria Lenk, um dos carros-chefes do Pan e da candidatura às Olimpíadas, mas que na verdade é um elefante branco custeado pelos impostos estaduais do Governo do Rio de Janeiro. Ou você acha que há alguma atividade lá desde que o Pan acabou??!!

Quer outro exemplo?! Lá vai: o Engenhão, tão moderno, arrendado hoje pelo clube do Botafogo, fica no meio de uma favela sem fim. Sim, favela horizontal também é favela - perigosa, igual! De acesso complicado - andar de trem é uma aventura; de carro, só conhecendo o caminho; de qualquer jeito, rezando para nada de grave acontecer. Te pergunto: você vai lá? Eu já fui ver com meus próprios olhos. Num dos dias, indo de trem, a segurança avisou para deixar as janelas fechadas, pois poderiam atirar pedras no trajeto. Lá chegando, correria para fugir da torcida adversária, num lugar sinistro e com pouca iluminação. Não bastando isso, na volta pra casa, problema: cadê as luzes? onde pegar um táxi? não tinha mais trem! Sufoco total! Em uma cidade decente, isso não é assim... Lá, sim, podem sediar jogos, eventos, manifestações, etc, etc.

Enfim! Só para completar, caso ainda reste alguma dúvida sobre o tal ponto-de-vista: durante o Pan, cabe comentar alguns itens.

1) No momento em que começaram as vendas de ingressos na internet - em plena meia-noite de um dia útil - eu estava lá, conectada, esperando ansiosa para garantir o principal: a final do vôlei masculino e do futsal. Fui a jato, ou pelo menos o mais rápido que o site permitia, dado que tive todo um baita cadastro para preencher e tudo o mais para poder finalizar a compra. Em pouco mais de 15 minutos já estava pronta para o OK final quando..... Chega a mensagem de que não há mais ingressos disponíveis! Como assim? Não estava tudo selecionado, só aguardando confirmação? Ih! Esquece! Quem já tinha o tal cadastro pronto, deve ter levado a melhor... Desigualdade total!

2) Garanto que boa parte dos melhores ingressos - esses, de que falei - se não a maioria ficou na mão de cambistas. Duvida? Então, te pergunto: na final do vôlei masculino, você viu alguma imagem mais ampla do ginásio? Tipo essas que ressaltam a lotação, o quanto tem de gente lá assistindo? Claro que não! Não tinha... Ingressos demais estavam nas mãos de gente que tentava vendê-los a mais de 3 vezes seu valor: R$ 300 para começar, os que custavam R$ 60 no guichê. É mole? E isso era uma máfia: fui com meu pai na vã esperança de conseguir assistir, ainda que um pouco mais caro... Mas tudo que ofereciam era por esses valores, cheios de esquemas: tinha que procurar alguém nos bares em torno do Maracanã para proceder à venda... Afinal, tinha muito policial na rua para "inibir" esses cambistas. Ledo engano: essa corja já estava com o esquema amarradinho.

3) E o que falar da "organização", então? Aliás, nunca vi tanta bagunça! Um exemplo básico? O jogo de vôlei masculino ainda pela fase de classificação entre Brasil e México. Jogo marcado para as 19 horas de uma quarta-feira - tudo bem, era sair do trabalho e correr para o Maracanãzinho, sem problemas, jogo tranquilo e sem concorrência. E eis que, na véspera, mudam o horário para as 15 horas! Tem noção?! Você comprou o ingresso e o chefe não liberou? Azar o seu! Para minha sorte e de outras duas colegas, o nosso foi muito bonzinho e nos liberou excepcionalmente nesse dia para podermos participar da festa. Ufa! Então valeu à pena? Será? Hahahaha... Tem que rir mesmo! Chegando um pouco atrasadas, ficamos perambulando para descobrir os lugares "marcados"... Vai pra lá, vem pra cá e cadê esses lugares? O jogo correndo, a gente sem graça incomodando o pessoal que já estava sentado assistindo. Tivemos que pedir informações a uns voluntários e surpreendentemente (se é que ainda podia haver mais surpresas) descobrimos que aquelas numerações não existiam! NÃO EXISTIAM!!!! Estavamos alocadas em bancos fantasmas!! E isso comprando ingressos com 3 semanas de antecedência!! Daí para o samba das cadeiras foi um pulo: sentamos para assistir ao segundo e ao terceiro sets, rezando para o verdadeiro dono da cadeira escolhida não aparecer e nos fazer mudar novamente de lugar - coisa que víamos acontecer com outras pessoas. Afffff!! Sem comentários!!

4) Para completar a lambança, sem muito me estender no assunto (e olha que tem muuuuuito mais para contar), durante os jogos eu conversei com muitos taxistas, para ver se pelo menos estes estavam tirando proveito de tão grandioso espetáculo. Fiquei atônita quando ouvi de TODOS os que falei que, ao contrário do que deveria ser, para eles ficou pior o mercado: primeiro, porque apenas alguns taxistas credenciados extras (sim! extras, numa cidade que não precisa disso, pois já tem o suficiente), selecionados pela "máfia" política, podiam circular nos locais dos eventos do Pan; depois, porque, para completar, o aumento da tarifa para bandeira 2 durante todo o mês afastou os clientes habituais, já que aumentaria seus gastos em um momento em que não estavam preparados para tal.

É.... não é à toa que continuo batendo o pé: não adianta se iludir, a grande realidade é que nem sequer algumas pequenas possíveis vantagens sobram para a população em geral. O lucro, a festa, o real ganho desses grandes eventos só têm os mesmos destinos de sempre: as corjas política e empresarial, que vão ficando cada vez mais ricas e poderosas, em detrimento seu, meu, de todos nós, reles cidadãos que pagam impostos, suam a camisa e só vêem seus direitos sendo constantemente violados. Afinal, vivemos em um circo chamado Brasil!



quarta-feira, 31 de março de 2010

Efeito Borboleta...

Desde pequena, tenho uma vida permeada pela filosofia, mesmo ainda sem saber o que era, cheia de porquês, poesias e questões existenciais. Uma cabeça matematicamente desequilibrada pelas emoções conflitantes, que trouxeram inúmeras capacidades de que hoje muito me orgulho - como a capacidade de escrever os pensamentos e sentimentos.

No decorrer da vida, qualquer ser pensante acaba em algum momento se revoltando, se angustiando ou se decepcionando ao ver tanta crueldade, tanta injustiça e, mais que tudo, tanta desilusão com seus semelhantes - poderiam ser assim tão similares? Para seguir adiante, é preciso liberar essas emoções de alguma maneira - e olha que existem milhares!

Um dia, no meio de uma crise de raiva - uma dessas formas de liberação - meu namorado, sempre gentil, tentava me acalmar, entre outras coisas atentando para o fato de que o universo não mudaria nada em troca de minha indignação.

Surgiu, daí, a ideia de montar um blog, para liberar de forma mais criativa e instrutiva minhas revoltas com esse ser humano maluco, essas cidades caóticas, esse universo intrigante. Demorei, mas aqui estou, nessa tentativa de aproveitar o coloquial para fazer VOCÊ pensar e - por que não - mudar um pouco, melhorar o mundo, como o bater das asas de uma borboleta.