É triste admitir, mas é bem verdade que, enquanto o Japão em poucos dias já está se recuperando, pronto para retomar sua condição de "primeiro mundo", o Brasil, que tudo tem e mais um pouco, continua derrapando na esquina, parecendo com preguiça de se desenvolver.
Aliás, isso provavelmente nunca acontecerá... Pelo menos não enquanto não mudarmos esse jeito brasileiro de ser em 99% dos aspectos. Triste constatar, mas é a mais pura verdade. Temos lá alguma coisa boa, isso é. Mas o mais importante, o fundamental para se viver bem em sociedade, isso não temos não!
E sabe o que falta? O principal: EDUCAÇÃO! Mas não só aquela educação formal, de que vivemos reclamando, não... Trata-se de algo muito mais básico e que, infelizmente, falta em 99% dos lares brasileiros, não importa a raça, a classe social, etc: educação básica, de sociedade.
Alguns exemplos típicos:
* Ônibus para no ponto? Ah, deveria! Afinal, é para isso que pagamos nossas passagens! Para termos um serviço com um mínimo de decência! Mas qual é o motorista de ônibus que tem consciência disso? Talvez dê para contar nos dedos e olhe lá! Boa parte vai parar ou não dependendo de seu horário, da sua boa vontade, mas quase sempre que tiverem uma única oportunidade, lá estarão, passsando "por fora", lá no meio da rua, para você nem ousar em dar sinal para ele! E, se ainda assim, "tiverem" que parar, vão te xingar um monte! Fica atrapalhando, pô!
* E andar na rua quando está chovendo? Já precisou? Olha que beleza: aquelas poças lindas, muitas vezes calçadas muito estreitas... E você acha que por isso algum motorista de carro, táxi, ônibus ou o que for vai tomar cuidado? Claro que não... Se você tomar um banho de lama, azar o seu! Eu já tomei um da cabeça aos pés (literalmente!) parada num ponto de ônibus!!! E você?!
* Particularmente no metrô do Rio há vagões teoricamente destinados às mulheres nos horários de pico - inclusive, no chão, há faixas cor-de-rosa indicando isso, nas estações... Mas quantas vezes já não vi muitos (mas muitos, mesmo!) homens (ou será que nem tanto e eu não percebi?) no meio dos tais vagões! Aliás, só para ilustrar, deixo uma foto que tirei outro dia, para mostrar o comum dessa situação desrespeitosa e que ninguém liga! Lei pra quê, né? Depois não adianta reclamar que "fulano não foi punido" por alguma contravenção, etc, etc... Como dizem por aí, "quem tem telhado de vidro que não atire pedra no do vizinho"!
* Ah, e furar fila, então?! Básico!!!! Você tem horário apertado de almoço e tá com pressa? Bom, reze para não aparecerem de repente 10 pessoas na sua frente, pois uminha estava "guardando lugar"! Mas reze muito! E ai de você se ousar dizer algo... Isso é "normal"!! Ou você não sabia?! Agora... Vai fazer isso lá fora, no "primeiro mundo", pra você ver!
* Lixo na rua, então... Exemplar! Passei a maior vergonha uma vez, quando uma amiga do meu irmão, madrilenha, foi passar um mês lá em casa, no Rio. Chega ela no terceiro dia com uma cara assustada e me diz simplesmente: "eu achava que os madrilenhos eram porcos, porque, de vez em quando, alguém olhava sorrateiramente para os lados e jogava um papelzinho na rua... Mas aqui eu vi uma latinha voando da janela do ônibus!"... Falar o quê, né? Isso é um resumo do dia-a-dia brasileiro... Uma pena! Uma vergonha! Para ilustrar, veja a foto que tirei no ônibus do Metrô-Rio! Um pote de comida largado no chão, "sem problemas"!
E por aí vai looooooooonge! Uma outra hora eu continuo com a lista de exemplos, só para contrariar! Muitos risos!
Enfim... Você pode me perguntar o que houve com minha esperança no Brasil... E eu digo: ela vai ficar adormecida enquanto não houver motivos para ela reviver!
Você gasta sua energia com isso, quando tudo à sua volta indica que não há meios de o nosso país se desenvolver? Eu, não! Vou gastar com outra coisa... Inclusive com a tentativa de mudar um tiquinho de nada que seja essa vergonha toda, até mesmo falando com as pessoas, para ver se "se tocam"! Se isso não acontecer, pelo menos fico com minha consciência tranquila... Se acontecer, aí quem sabe minha esperança volta?!
30 dias para o caos
Há 10 anos